As culturas digitais infantojuvenis ocupam a escola: a visão dos professores

Autores

Resumo

Enquanto os smartphones são usados de modo generalizado nos espaços escolares (OCDE, 2015), os professores dizem enfrentar inúmeros desafios com os alunos: distração crescente nas aulas, dificuldades de concentração, sonolência e mudanças emocionais, sociais, comportamentais e cognitivas dramáticas (The Alberta Teachers' Association, s/d), dentre outros. O objetivo deste trabalho é conhecer a perspetiva dos professores sobre as práticas digitais de crianças e jovens e sobre a sua influência no contexto escolar e na aprendizagem dos estudantes. Para tal, foram realizadas entrevistas semidiretivas (Ghiglione e Matalon, 1997) com vinte professores de Informática e Tecnologias da Informação e Comunicação de várias regiões de Portugal. Os docentes reconhecem o papel central das tecnologias digitais no quotidiano das crianças e jovens e referem quatro contextos preocupantes: os espaços de recreio (uso intenso de dispositivos móveis em detrimento de atividades físicas), a sala de aula (uso disruptivo dos mesmos), processos de aprendizagem (diminuição da capacidade de concentração) e práticas que extrapolam os muros escolares (cyberbullying, contato com estranhos perigosos, uso excessivo e sexting). Por outro lado, reconhecem a necessidade de uma maior aproximação entre a escola e as culturas digitais dos alunos como estratégia para motivá-los e promover competências digitais críticas e operacionais.

Biografias Autor

Lidia Marôpo, Instituto Politécnico de Setúbal, ESE e Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA)

Lidia Marôpo é professora coordenadora na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) e investigadora integrada no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA). Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, é membro da equipa portuguesa do projeto H2020 Yskills (2020-2024) e coordenou o projeto Competências de Informação para Jovens da Era Digital (CIJED) financiado pelo IPS (2020-2021). Tem publicado sobre diferentes aspectos da relação entre crianças, jovens e media em revistas e editoras científicas nacionais e internacionais de referência. Nos últimos anos sua investigação incide principalmente sobre as culturas digitais infantojuvenis.

João Torres, Instituto Politécnico de Setúbal, ESE e Centro de Competência TIC ESE/IPS

João Torres é Especialista em Educação e trabalha, desde 1998, em projetos de integração das tecnologias no ensino. É Professor Adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e coordena o Centro de Competência TIC dessa instituição.

João Grácio, Instituto Politécnico de Setúbal, ESE e Centro de Competência TIC ESE/IPS

O professor João Grácio é licenciado em Português e Inglês e é pós-graduado em Educação e Tecnologias Digitais. É formador de professores e de formadores na área das TIC. Atualmente, desempenha funções de professor destacado no Centro de Competência TIC da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal.  

Susana Senos, Centro de Competência TIC da Universidade de Aveiro / AE Proença-a-Nova

Susana Senos é Licenciada em Inglês e Alemão, Mestre em Didática, Mestre em Educação e Tecnologias Digitais, sendo Pós-graduada em Educação Especial (domínio Cognitivo e Motor). Colabora desde 2015 com o Centro de Competência TIC da Universidade de Aveiro,  aí desempenhando, desde 2019, funções em regime de mobilidade parcial enquanto exerce, ainda, funções no AE de Proença-a-Nova. As Tecnologias Digitais assume um papel relevante na sua área de atuação tendo vindo a integrar vários projetos nacionais e internacionais neste domínio.

Maria José Loureiro, Centro de Competência TIC da Universidade de Aveiro e Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF)

  Maria José Loureiro é licenciada em ensino de Francês/Português, mestre em Ciências da Educação, especialidade de Tecnologia Educativa e doutorada em Didática e e-learning. Com mais de 40 anos de serviço, exerceu funções docentes do 3ªCEB, Secundário, Profissional e Superior. Tem inúmeros artigos publicados em revistas da especialidade e integra o International Council of Educational Media (ICEM), desde 2007, ano em que concluiu o seu doutoramento, desempenhando atualmente as funções de presidente deste conselho internacional.

Ana Kubrusly , NOVA FCSH

  Ana Kubrusly (NOVA FCSH, Lisboa, Portugal) é doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e atua como bolseira de investigação no projeto ‘On&Off: Atmosferas de Des/Conexão’ financiado pela FCT, na Universidade Lusófona. A sua investigação centra-se na relação das crianças e adolescentes com ambientes digitais, nomeadamente a nível da sua literacia e bem-estar.      

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Publicado

2024-12-31