Representação feminina na propaganda eleitoral partidária no Brasil: as candidatas a Deputada Federal pelo Paraná na TV

Autores/as

  • Fernanda Cavassana de Carvalho Universidade Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação em Ciência Política http://orcid.org/0000-0003-1668-3160
  • Andressa Butture Kniess Universidade Federal do Paraná
  • Giulia Sbaraini Fontes Universidade Federal do Paraná

Palabras clave:

representação feminina, mulher e política, eleições proporcionais brasileiras, HGPE

Resumen

Tendo em vista o baixo número de mulheres eleitas para cargos nos órgãos legislativos brasileiros, o presente artigo analisa como as candidatas ao cargo de Deputada Federal pelo estado do Paraná apareceram no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) nas eleições de 2014. Considera-se que, como ocorre em relação a outros recursos aplicados durante o período eleitoral, as mulheres possuem um acesso desigual à propaganda televisionada, quando comparadas aos candidatos homens. Além disso, esse tratamento tende a aumentar ou a diminuir nos diferentes partidos. A partir de uma análise quanti- tativa de conteúdo dos segmentos da campanha televisiva, demonstra-se que o HGPE não reflete a cota estabelecida por lei de um mínimo de 30% de candidatas, já que os homens são sobrerrepresentados nas inserções. Há, contudo, diferenças significativas entre os partidos e entre as próprias mulheres que ocupam os segmentos televisivos de campanha.

Biografía del autor/a

Fernanda Cavassana de Carvalho, Universidade Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação em Ciência Política

Doutoranda em Ciência Política e mestra em Comunicação (2016) pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Administração de Marketing e Propaganda (2013) pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e graduada em Comunicação Social - habilitação em Jornalismo (2011) pela mesma instituição. É membro do grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública - CPOP, da UFPR, e do DISCORD - Grupo de Pesquisa Discurso, Comunicação e Democracia, da UTFPR, ambos vinculados ao CNPq. Atua em pesquisas na área de Comunicação Política, principalmente, sobre internet e política; debate público e redes sociais online; jornalismo político; mídia e eleições. Atualmente, é bolsista CAPES.

Andressa Butture Kniess, Universidade Federal do Paraná

Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduada em Ciências Sociais pela UFPR e em Licenciatura Plena em História pelas Faculdades Integradas “Espírita”. Integrante do Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP), tem interesse em pesquisas na área de Comunicação Política e de Comportamento Político e Eleitoral, principalmente, sobre comunicação online. Bolsista CAPES.

Giulia Sbaraini Fontes, Universidade Federal do Paraná

Doutoranda e mestra em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela mesma instituição. Integrante do Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP), tem interesse em pesquisas na área de Comunicação Política, em especial sobre jornalismo político, mídia e eleições. Possui trabalhos a respeito de campanhas eleitorais e enquadramento noticioso.

Citas

Albuquerque, A. de; Steibel, F. B. & Carneiro, C. M. Z. (2008). A outra face do horário gratuito: partidos políticos e eleições proporcionais na televisão. Revista de Ciências Sociais, 51(2), 459-487. Rio de Janeiro.

Araújo, C. (2012). Cidadania democrática e inserção política das mulheres. Revista Brasileira de Ciência Política, set./dez., (9), 147-168. Brasília.

Araújo, C. (2005). Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das mulheres na representação política. Revista de Sociologia e Política, (24), 193-215. Curitiba.

Bohn, S. (2009). Mulheres brasileiras na disputa do legislativo municipal. Perspectivas, 35, 63-89. São Paulo.

BRASIL. Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm. Acesso em 18/10/2016.

Cervi, E. U. (2010). O ‘tempo da política’ e a distribuição dos recursos partidários: uma análise do HGPE. Em Debate, ago., 2(8), 12-17. Belo Horizonte.

Cervi, E. U. (2011). O uso do HGPE como recurso partidário em eleições proporcionais no Brasil: um instrumento de análise de conteúdo. Opinião Pública, 17(1), 106-136. Campinas.

Dias, J. & Sampaio, V. G. (2011). A inserção política da mulher no Brasil: uma retrospectiva histórica. Estudos eleitorais, 6(3), 55-92. Brasília.

Escosteguy, A. C. D. & Messa, M. R. (2006). Os estudos de gênero na pesquisa em comunicação no Brasil. Contemporânea, 4(2), 65-82.

Finamore, C. M. & de Carvalho, J. E. C. (2006). Mulheres candidatas: relações entre gênero, mídia e discurso. Estudos Feministas, 347-362.

Martins, E. V. (2007). A política de cotas e a representação feminina na Câmara dos Deputados. Monografia – Especialização em Instituições e Processos Políticos do Legislativo – Programa de Pós-Graduação do Centro de Formação da Câmara dos Deputados, Brasília.

Mazotte, N. (2016). Legislativo é o mais desigual dos três poderes em representação feminina. Gênero e número. Portal. 2016. Disponível em: www.generonumero.media/legislativo-e-o- mais-desigual-em-representacao-feminina-dos-tres-poderes/. Acesso em 19/10/2016.

Miguel, L. F. (2010). Apelos discursivos em campanhas proporcionais na televisão. Política e Sociedade, 9(16), 151-175. Florianópolis.

Panke, L. & Cervi, E. (2011). Análise de comunicação eleitoral: uma proposta metodológica para estudos de HGPE. Revista Contemporânea (UFBA), 9(3).

Peths, L. L. & Leal, P. R. F. (2013). Horário gratuito de propaganda eleitoral e propaganda partidária gratuita: do surgimento à personalização na televisão brasileira. Parágrafo, 2(1), 84-97. São Paulo.

Sacchet, T. & Speck, B. W. (2012). Financiamento eleitoral, representação política e gênero: uma análise das eleições de 2006. Opinião Pública, 18(1), 177-197. Campinas.

Schmitt, R.; Carneiro, L. P. & Kuschnir, K. (1999). Estratégias de campanha no horário gratuito de propaganda eleitoral em eleições proporcionais. Dados, 42(2). Rio de Janeiro

Silva, B. F. da. (2016). O que (não) mudará com a proibição do financiamento empresarial às campanhas no Brasil. Newsletter do Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil, 3(12). Curitiba.

Spohr, A. P. et al. (2016). Participação política de mulheres na América Latina: o impacto de cotas e de lista fechada. Revista Estudos Feministas, 24(2), 417-441.

Tarouco, G. S. & Madeira, R. M. (2013). Esquerda e direita no sistema partidário brasileiro: análise de conteúdo de documentos programáticos. Revista Debates, 7(2), 93-114. Porto Alegre.

TSE. Repositório de dados eleitorais. 2016. Disponível em: www.tse.jus.br/hotSites/pesquisas- eleitorais/index.html. Acesso em 15/10/2016.

TSE. Eleições 2016: mulheres representam mais de 30% dos candidatos. Disponível em: www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2016/Setembro/eleicoes-2016-mulheres-representam-mais-de-3 0-dos-candidatos

Publicado

2018-06-05