Abrir o convite à interação. Análise dos comentários, partilhas e reações às notícias publicadas no Facebook do Jornal de Notícias e Público

Resumen

A relação com os públicos foi sempre uma preocupação para as empresas jornalísticas. A dinamização de diversos formatos participativos, desde o telefone aos meios digitais, promove uma ideia de interatividade que pretende maximizar a atenção dos leitores (Ksiaze, 2018), atrair leitores ávidos pela atualidade (Kalogeropoulos et al., 2017) ou até a validação de crenças pessoais, designadamente políticas (Coleman, 2013).

No entanto, alguns meios de comunicação jornalísticos têm vindo a retirar espaços de comentários às notícias nos seus sites, abrindo espaço a que essa interação com as notícias decorra, principalmente, nas redes sociais. Entretanto, em 2016, o Facebook anunciou um conjunto de instrumentos reativos, em formato de emojis, para iniciar um novo modelo de interação com os conteúdos.

Neste sentido, este artigo analisa os ritmos de interação entre os utilizadores e as notícias publicadas nas páginas de Facebook do Jornal de Notícias e do Público. Ao longo de uma semana de observação, em setembro de 2024, reuniu-se um conjunto de mais de 200 notícias para se desenvolver a seguinte análise: 1) identificar o conjunto de notícias publicadas por estes meios, organizadas por editorias e assuntos específicos; 2) analisar os assuntos que motivam mais comentários e partilhas; 3) caracterizar a dimensão específica das reações às notícias.

Concluiu-se que, genericamente, as notícias incidem nas editorias de desporto, sociedade e política, o que determina o conjunto de temas mais comentados e partilhados, com o JN a destacar-se pela cobertura local e regional e o Público com temas políticos. Quanto às reações, muitos emojis são redundantes e repetitivos e não encontram uma especificidade temática, pelo que se tornam essencialmente numa ferramenta de marketing relacional.