Fábrica de controle de pensamentos: doutrinação e propaganda na perspectiva de Noam Chomsky
Palavras-chave:
guerra fria, nova ordem mundial, doutrinação, propaganda.Resumo
Neste artigo, a observação se dá a partir de um contexto específico dentro do quadro analítico do linguista, filósofo e ativista Noam Chomsky: a ocasião da implantação da Nova Ordem Mundial. Como um crítico ferrenho da política externa norte-americana, sua análise é inerente às mudanças na ordem internacional desencadeadas logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Chomsky expõe o plano norte-americano de dominação ou supremacia global cujo intento primordial era a conquista da chamada “Grande Área”, lançado no pós-guerra, deflagrando então a Guerra Fria. O pensador discute as contradições e as farsas da guerra e do estado terrorista, bem como avalia as tentativas de doutrinação por meio da propaganda e seus mecanismos de persuasão, manipulação e controle do juízo popular na busca da formação de uma opinião pública favorável ao establishment e a manutenção do status quo. Uma das mais certeiras táticas da propaganda observadas por Chomsky é a linguagem utilizada com o intuito de solapar ou enaltecer ideologias. O discurso e a palavra são elementos fundamentais para compreen- der a propaganda à luz do pensamento de Chomsky. A propaganda faz emergir termos de fachada, isto é, significantes com significados previamente disfarçados para evocar conotações equivocadas e desvirtuar ideias e fatos. Neste sentido, o significado ‘comum’ não corresponde ao ‘sentido doutrinário’.
Referências
Amaral, L. (1996). A objetividade jornalística. Porto Alegre: DC Luzzatto.
Atem, G. N. (2008). Guerra semiótica, jornalismo e propaganda. Estudos em Jornalismo e Mídia, V(1), 161-172.
Barsky. R.F. (2004). Noam Chomsky: a vida de um dissidente. São Paulo: Conrad Editora do Brasil.
Chomsky, N. (1996a). Novas e velhas ordens mundiais. São Paulo: Scritta.
Chomsky, N. (1996b). Minoria prospera e a multidão inquieta. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Chomsky, N. (1996c). O que o Tio Sam realmente quer. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Chomsky, N. (1997). Segredos, mentiras e democracia. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Chomsky, N. (1997). Consentimento sem consentimento: a teoria e a prática da democracia. Es- tudos Avançados, 11(29), 259-276. https://dx.doi.org/10.1590/S0103-40141997000100014.
Chomsky, N. (n.d). Propaganda ideológica e controle do juízo público. Rio de Janeiro: Achiamé. Chomsky, N. (2002). O lucro ou as pessoas: neoliberalismo e ordem global. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil.
Chomsky, N. & Barsamian, D. (2003). Propaganda e consciência popular. Bauru, SP: EDUSC.
Chomsky, N. & Herman, E. S. (2003). A manipulação do público. São Paulo: Futura.
Gellhorn, M. (2009). A face da guerra. Rio de Janeiro: Objetiva.
Klapper, J. T. (1957). Os efeitos da comunicação de massa. In G. Cohn (org.), Comunicação e indústria cultural. São Paulo: Companhia e Editora Nacional, 1972.
Mitchell, P. R. & Schoeffel, J. (eds.) (2005). Para entender o poder: o melhor de Noam Chomsky. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Prado, R. S. (2006). Medo na mídia: uma visão distorcida da violência. Monografia apresentada à Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Goiás.
Schudson, M. (2010). Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes.