Travis ou o espectador no ecrã-espelho de Paris, Texas (1984), de Wim Wenders
Palabras clave:
cinema, espectador, personagem, identidade, processo de subjetivaçãoResumen
Neste ensaio sobre as questões de identidade, conhecimento e reconhecimento do eu, surge o cruzamento de potencialidades destes dois dispositivos de projeção/reflexão do ser, tanto na estrutura narrativa como no próprio visionamento do filme como processo de subjetivação: o ecrã e o espelho presentes no filme “Paris, Texas” (1984) de Wim Wenders. Aqui, descortina-se a complexa experiência de Travis, o protagonista, e como é somente através da sua participação como espectador na sua própria trama, que ele apreende o seu mundo e progride na resolução dos seus conflitos. É olhando para este ecrã de memória, reencontro e regresso, que por vezes transforma-se num espelho de intensa profundidade horizontal, que personagem e espectador se encontram e refletem-se. A partir das ideias do filósofo Paul Ricoeur nos seus estudos sobre narrativa, ou ainda sob as ideias antropológicas num breve olhar para o cinema de Edgar Morin, e até em pleno uso das próprias palavras de Wenders, pretende este ensaio uma clarificação dos processos que permitem personagem e espectador reconstruírem uma nova conexão, aquando da configuração das suas identidades narrativas.Citas
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