Audiências e cross-media: estudo de padrões de consumo de notícias em Portugal
Palabras clave:
audiências, consumos noticiosos, repertórios mediáticos, Cross-Media, metodologia QResumen
As práticas digitais que decorrem da ubiquidade dos media e da sua utilização possibilitaram a combinação de múltiplas plataformas no consumo de notícias. Neste artigo, procurámos identificar repertórios mediáticos (padrões de uso dos media noticiosos) em Portugal, de modo a compreender como são construídas as preferências mediáticas das audiências e de que forma o consumo noticioso integra os seus hábitos quotidianos. Neste sentido, desenvolvemos uma análise a padrões de consumo de media noticiosos a partir de uma abordagem mista de métodos qualitativos e quantitativos baseada na Metodologia Q (Davis & Michelle, 2011), a partir de uma amostra constituída por 36 participantes. A análise dos padrões de consumo de notícias permitiu identificar e analisar sete repertórios mediáticos em função do uso, relevância e utilidade atribuída pelos sujeitos aos media noticiosos. Os resultados revelam perfis híbridos de consumo mediático e uma tendência para consumos de notícias numa lógica móvel e multiplataforma, embora os media tradicionais continuem a desempenhar um papel determinante nos repertórios mediáticos em Portugal.
Citas
Amado, J. & Vieira, C. C. (2014). A validação da investigação qualitativa. In J. Amado (coord.), Manual de investigação qualitativa em educação (pp. 357-369). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Anacom (2015). Serviços móveis. Informação estatística. 1o trimestre de 2015. Disponível em: www.anacom.pt/streaming/SM_1T2015.pdf?contentId=1356833&field=ATTACHED_FILE
Correia, F. & Martins, C. (2017). Portugal – Media landscape. Disponível no site do European Journalism Centre (EJC) em: https://medialandscapes.org/country/pdf/portugal
Couldry, N.; Livingstone, S. & Markham, T. (2007). Media consumption and public engagement: beyond the presumption of attention. London: Palgrave Macmillan.
Couldry, N.; Livingstone, S. & Markham, T. (2008). ‘Public connection’ and the uncertain norms of media consumption. In K. Soper & F. Trentman (eds.), Citizenship and consumption (pp. 104-120). London: Palgrave Macmillan.
Courtois, C.; Schrøder, K. C. & Kobbernagel, C. (2015). Exploring landscapes of news consump- tion cross-nationally. The use of Q methodology to fuse quantitative and qualitative appro- aches for increased explanatory power in comparative research. In F. Zeller, C. Ponte & B. O’Neill (eds.), Revitalising audience research. Innovations in European audience research (pp. 123-142). New York and London: Routledge.
Couto, M.; Farate, C.; Ramos, S. & Fleming, M. (2011). A metodologia Q nas ciências sociais e humanas: O resgate da subjetividade na investigação empírica. Psicologia, 25 (2): 7-21.
Davis, C. H. & Michelle, C. (2011). Q-methodology in audience research: bridging the qualita- tive/quantitative ‘divide’?. Participations, 8 (2): 527-561.
Deuze, M. (2014). Media life and the mediatization of the lifeworld. In A. Hepp & F. Krotz (eds.), Mediatized worlds: culture and society in a media age (pp. 207-220). Basingstoke: Palgrave Macmillan.
ERC (2015). Públicos e consumos de media: O consumo de notícias e as plataformas digitais em Portugal e em mais dez países. Disponível em: www.erc.pt/pt/estudos-e-publicacoes/consum os-de-media/estudo-publicos-e-consumos-de-media.
ERC (2016). As novas dinâmicas do consumo audiovisual em Portugal. Disponível em: www.erc.p t/documentos/Estudos/ConsumoAVemPT/index.html.
Figueiras, R. (2017a). Primetime consociation: Portuguese punditry in-between media inde- pendence and political patronage. European Journal of Communication, 32 (4): 312-332. https://doi.org/10.1177/0267323117710899
Figueiras, R. (2017b). A mediatização da política na era das redes sociais. Lisboa: Alêtheia.
Figueiras, R. (2014). O sistema dos media em Portugal no contexto da globalização do século XXI. In I. F. Cunha & E. Serrano (eds.), Cobertura jornalística da corrupção política: Sistemas políticos, sistemas mediáticos e enquadramentos legais (pp. 176-195). Lisboa: Aletheia.
Figueiras, R. & Ribeiro, N. (2013). New global flows of capital in media industries after the 2008 financial crisis: The Angola-Portugal relationship. The International Journal of Press/Poli- tics, 18 (4): 508-524. https://doi.org/10.1177/1940161213496583
Hallin, D. & Mancini, P. (2004). Comparing media systems. Cambridge: Cambridge University Press.
Hallin, D. & Mancini, P. (2012). Comparing media systems beyond the Western World. Cam- bridge: Cambridge University Press.
Hasebrink, U. & Popp, J. (2006). Media repertoires as a result of selective media use. A con- ceptual approach to the analysis of patterns of exposure. Communications, 31: 369-387. https://doi.org/10.1515/COMMUN.2006.023
Höijer, B. (2008). Ontological assumptions and generalizations in qualitative (Audience) research. European Journal of Communication, 23: 275-294. https://doi.org/10.1177/0267323108092 536
Katz, E.; Blumler, J. G. & Gurevitch, M. (1973). Uses and gratifications research. The Public Opinion Quarterly, 37 (4): 509-523.
Kobbernagel, C. & Schrøder, K. C. (2016). From everyday communicative figuration to rigorous audience news repertoires. A mixed method approach to cross-media news consumption. MedieKultur, 60: 6-31. http://dx.doi.org/10.7146/mediekultur.v32i60.21302
Lee, H. & Yang, J. (2014). Political knowledge gaps among news consumers with different news media repertoires across multiple platforms. International Journal of Communication, 8: 597-617.
Martinho, A. & Cardoso, G. (2017). Portugal. In N. Newman, R. Fletcher, A. Kalogeropoulos, D. A. L. Levy & R. K. Nielsen (eds.), Reuters Institute Digital News Report 2017. Oxford: Reuters Institute for the Study of Journalism.
Nielsen, R. K. (2014). Political communication research: New media, new challenges, and new opportunities. MedieKultur, 56: 5-22. http://dx.doi.org/10.7146/mediekultur.v30i56.9712
Nielsen, R. K. & Schrøder, K. C. (2014). The relative importance of social media for accessing, finding, and engaging with news. An eight-country cross-media comparison. Digital Jour- nalism, 2 (4): 472-489. http://dx.doi.org/10.1080/21670811.2013.872420
Norris, P. (2001). Digital divide: Civic engagement, information poverty and the internet world- wide. Cambridge: Cambridge University Press.
OBERCOM (2015). Anuário da comunicação 2015. Disponível em https://obercom.pt/wp-content/ uploads/2016/06/Anu%C3%A1rio-da-Comunica%C3%A7%C3%A3o-2014-2015.pdf.
Patterson, T. (2003). Tendências do jornalismo contemporâneo. Estarão as notícias leves e o jornalismo crítico a enfraquecer a democracia?. Media & Jornalismo, 2 (2): 19-47. Coimbra: Minerva.
Perusko, Z.; Vozab, D. & Cuvalo, A. (2013). Audiences as a source of agency in media systems: Post-socialist Europe in comparative perspective. Media Studies, 11: 137-154.
Peters, C. (2016). Spaces and places of news consumption. Authors’ accepted manuscript. In T. Witschge, C. W. Anderson, D. Domingo & A. Hermida (eds.), The Sage handbook of digital journalism (pp. 354-369). London: Sage.
Santos, S. C. (2013). Do insucesso do DAB à expansão online: A estratégia digital da rádio pública portuguesa. Observatório (OBS*), 7 (2): 161-181.
Schrøder, K. C. (2012). Methodological pluralism as a vehicle of qualitative generalization. Par- ticipations, 9 (2): 798-825.
Schrøder, K. C. (2015a, May). Audiences’ news media repertoires as resources for public con- nection. Preliminary report from a cross-national comparative study. Paper presented at the ICA Conference, San Juan, Puerto Rico.
Schrøder, K. C. (2015b). Antigas e novas notícias: Audiências flutuantes, repertórios noticiosos e locais de consumo. Parágrafo, 2 (3): 125-139.
Schrøder, K. C. (2015c). News media old and new - Fluctuating audiences, news repertoires and locations of consumption. Journalism Studies, 16 (1): 60-78. http://dx.doi.org/10.1080/1461 670X.2014.890332
Schrøder, K. C. (2012). Methodological pluralism as a vehicle of qualitative generalization. Par- ticipations, 9 (2): 798-825.
Schrøder, K. C. & Kobbernagel, C. (2010). Towards a typology of cross-media news consumption: a qualitative-quantitative synthesis. Northern Lights, 8: 115-138.
Schrøder, K. C. (1999). The best of both worlds? Media audience research between rival para- digms’. In P. Alasuutari (ed.), Rethinking the media audience (pp. 38-68). London: Sage.
Swart, J.; Peters, C. & Broersma, M. (2016). Navigating cross-media news use. Media re- pertoires and the value of news in everyday life. Journalism Studies (online first): 1-20. http://dx.doi.org/10.1080/1461670X.2015.1129285
Van Damme, K. (no prelo). In Flanders fields. News media repertoires in Dutch-speaking Bel- gium. Participations.
Van Dijk, J. v. (2012). The evolution of the digital divide – the digital divide turns to inequality of skills and usage. In J. Bus, M. Crompton, M. Hildebrandt & G. Metakides (eds.), Digital enlightenment yearbook (pp. 57-75). Cambridge: Cambridge University Press.
Westlund, O. (2015). News consumption in an age of mobile media: Patterns, people, place, and participation. Mobile Media & Communication, 3 (2): 151-159. https://doi.org/10.1177/2050 157914563369
Woodstock, L. (2014). The news-democracy narrative and the unexpected benefits of limited news consumption: the case of news resisters. Journalism, 15 (7): 834-849. https://doi.org/10.1177 /1464884913504260
