A produção comunicacional da escuta da Nona Sinfonia nos jornais brasileiros de 1918

Abstract

Este artigo analisa escutas da Nona Sinfonia de Beethoven como fenômeno de comunicação pelo viés semanalítico (KRISTEVA, 2012) da produção. A escuta musical é concebida como resultado de uma produção de sentido que trabalha aquilo que é musicalmente escutável no interior de um conjunto de materiais bem delimitado. Não se trata, portanto, de retornar a uma fenomenologia da escuta (SCHAEFFER, 2003), nem de aferir a relação entre as escutas expressas e uma suposta escuta adequada (ADORNO, 2009), mas sim de investigar a proliferação de escutas por seus signos e hábitos interpretantes. No território de escutas específico das publicações em jornais nacionais da época da estreia brasileira da Nona (1918), voltamo-nos para o Interpretante Normal com vistas à compreensão dessa comunicação que sempre já constitui as escutas que ela parece simplesmente expressar.