Monstros ou não-convencionais? Convergências e divergências entre os criadores e as criaturas de Mary Shelley e Tim Burton.
Palavras-chave:
Frankenstein, Edward Mãos de Tesoura, Não-convencionais, Tradução Intersemiótica, Intermidialidade, Intertextualidade.Resumo
Esse artigo tem como objetivo analisar os pontos convergentes e divergentes entre os criadores e as criaturas no romance gótico pré-vitoriano Frankenstein (2017 [1817]), de Mary Shelley e a obra cinematográfica Edward Mãos de Tesoura (1990), de Tim Burton. Para o embasamento teórico do nosso artigo, contamos com as concepções de Barboza (2017); Bertin (2016); Carvalhal (2006); Chevalier & Gheerbrant (2019); Clüver (2011); Culler (1999); De Martini & Coelho Júnior (2010); Kristeva (2005); Peirce (2005); Plaza (2003); Rajewiski (2012); Santaella (2004, 2005); Santos (2015); Soares (2018); e, Stam (2006). Em conclusão, constatamos que, sob a perspectiva do não-convencionalismo das criaturas, Tim Burton (1990) vem reforçar em sua obra o que Mary Shelley (1817) tentou transmitir para a sociedade no século XIX: que por mais que estejamos em uma sociedade com muitos avanços em termos tecnológicos, o ser humano continua reproduzindo pensamentos, ideias, discursos e ações retrógradas perante as muitas diferenças existentes entre os seres sociais.Referências
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