O desejo e o sentido nas cadeias associativas do sujeito do inconsciente
Palavras-chave:
Inconsciente, Desejo, Parlêtre, Significante, Sentido, Ponto de capitonResumo
O algoritmo do signo linguístico, formado pelo significado e pelo significante conforme Saussure, foi radicalmente reinterpretado por Lacan a partir da noção de inconsciente freudiano. Nessa redefinição, Lacan propõe e explica por que o significante tem primazia sobre o significado nos processos inconscientes, regidos pelo desejo que sempre busca manifestar-se por meio da linguagem. O significante passa a funcionar como letra, sendo capaz de gerar cadeias associativas múltiplas a partir de sua materialidade. Por meio dessas associações que quebram e vão além da lógica estabelecida do código da língua, o processo conhecido como ponto de capiton detém seu deslizamento, dando lugar a manifestações de linguagem plenas de sentido que evidenciam o desejo do sujeito. O presente artigo busca fundamentar e explicitar esquematicamente esses processos semióticos do inconsciente, que se encontram na base da produção simbólica.
Referências
Referências
ARRIVÉ, Michel. Linguística e psicanálise: Freud, Saussure, Hjelmslev, Lacan e outros. Trad. Mário LARANJEIRA e Alain MOUZAT. São Paulo: EDUSP, 2001.
CESAROTTO, Oscar; SOUZA LEITE, Márcio Peter. O que é psicanálise. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1992.
DOR, Joël. Introdução à leitura de Lacan: O inconsciente estruturado como linguagem. Vol.1. Trad Carlos E. REIS. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
FINK, Bruce. O sujeito lacaniano: entre a linguagem e o gozo. Trad. Maria de Lourdes S. Câmara. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1998.
FREUD, Sigmund. Escritos sobre a psicologia do inconsciente. Obras psicológicas de Sigmund Freud, vol. 1 (1911-1915). Luiz Alberto HANNS (org.). Rio de Janeiro: Imago Ed., 2004.
FREUD, Sigmund. Sobre a psicopatologia da vida cotidiana. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 6 (1901): Edição Standard Brasileira. Jayme SALOMÃO (org.). Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
JUNGK, Isabel. Linguagem, língua, alíngua. Semiótica Psicanalítica: Clínica da Cultura. Lucia SANTAELLA e Fani HISGAIL (orgs.). São Paulo: Iluminuras, 2013.
KAUFMANN, Pierre (Ed.). Dicionário enciclopédico de psicanálise: O legado de Freud a Lacan. Trad. Vera RIBEIRO. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1996.
LACAN, Jacques. O Seminário 20: Mais, ainda. Trad. M. D. MAGNO. Rio de janeiro: Zahar, 2008 [1975].
NANCY, Jean-Luc; LABARTHE, Philippe Lacoue. O título da letra: uma leitura de Lacan. Trad. Sergio Joaquim de ALMEIDA. São Paulo: Editora Escuta, 1991.
NASIO, Juan D. Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Trad. Vera RIBEIRO. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1995.
REGO, Claudia de Moraes. Traço, letra, escrita: Freud, Derrida, Lacan. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.
SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1999.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Trad. Antônio CHELINI, José Paulo PAES, Izidoro BLIKSTEIN. São Paulo: Cultrix, 2006. (Citado como CLG, seguido do número da página).
VALLEJO, Américo; MAGALHÃES, Ligia. Lacan: Operadores de leitura. São Paulo: Perspectiva, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).