Semioses de uma cartografia: os coletivos sociais na produção de novos regimes de visibilidade

Autores

Palavras-chave:

Semiose, Cultura Midiática, Cartografia

Resumo

O presente trabalho propõe uma cartografia de coletivos sociais para compreender os arranjos éticos e políticos por eles produzidos na cultura midiática. O ponto de partida é o coletivo Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, da Zona Leste de São Paulo. Pela Semiótica da Cultura, compreendemos as dinâmicas culturais do coletivo nas articulações de memórias, fronteiras semióticas e semioses que em suas ressonâncias midiáticas funcionam como elementos culturais de diferença. As sociabilidades que se desenvolvem internamente, ao se manifestarem em meio a diferentes subjetividades, indicam um mapa de mediações – que se desenvolve na participação de artistas, educadores, moradores do bairro etc. O objetivo é demonstrar como as dinâmicas culturais e suas semioses, num traçado cartográfico, produzem novos regimes de visibilidade, ao inscreverem focos de experiências de lutas sociais situadas. As descrições do coletivo de Ermelino abrem a possibilidade de incluir outros coletivos numa cartografia de ativismos na contemporaneidade e suas expressões nas mídias.  

Biografia Autor

Nilton Faria de Carvalho, Universidade de São Paulo - USP

Pós-doutorando em Comunicação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), cuja pesquisa aborda práticas alternativas e experimentais em linguagens multimídia de coletivos minoritários. Doutor em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo. Mestre em Comunicação pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e graduado em Jornalismo pela mesma instituição. Foi repórter de web TV, cobrindo Cidades e Cultura. Trabalhou em editora como jornalista, produzindo conteúdo para jornal e revista (ambas as publicações com enfoque regional), em editorias de Cidades, Cultura e Política. Além disso, possui experiência em agências de comunicação e conteúdo. Foi responsável pelo setor de Comunicação do Serviço de Acolhida e Orientação para Refugiados da Caritas São Paulo, projeto do terceiro setor voltado a direitos humanos, refúgio, migração (e parceiro da Agência da ONU para Refugiados), no qual produziu conteúdo digital (podcast, newsletter, gerenciamento de redes sociais etc.) e trabalhou com assessoria de comunicação. Membro do grupo de pesquisa Mídia, Arte e Cultura, suas pesquisas recentes abordaram conceitos de memória, narrativas de vida, experiência comunicacional, teorias da diferença, semiótica, epistemologias do Sul, música pop e metodologias de pesquisa narrativa, cultura midiática digital, cartografias. Foi professor substituto (2021-2023) no curso de Jornalismo - Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

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Publicado

2023-07-31

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Artigos