Um filme sobre um filme a fazer sobre um filme: para uma fórmula da potência

Autores

  • Alexandra João Martins IC.NOVA/ FCSH-UNL

Palavras-chave:

Cinema, Estética, Pasolini, Agamben

Resumo

O presente texto visa problematizar o conceito agambeniano de potência no cinema, mais precisamente, em duas obras realizadas por Pier Paolo Pasolini: Appunti per un film sull’India (1967-1968) e Appunti per un’Orestiade africana (1968-1969). Assim, num primeiro momento, será traçada uma genealogia sumária do conceito de potência tendo em consideração a proposta de Aristóteles e a releitura da mesma por Giorgio Agamben; num segundo momento, pretende-se traçar relações entre os conceitos de potência, acto e gesto, como propostos por Agamben; num terceiro momento, explorar-se-á a noção de virtual e actual no âmbito da taxionomia do cinema proposta por  Gilles Deleuze; por fim, tentar-se-á perscrutar os procedimentos de uma fórmula da potência através da análise dos dois filmes do cineasta italiano.

Referências

Agamben, G. (2013). A Potência do Pensamento. Tradução de António Guerreiro. Lisboa: Relógio D’Água.

Agamben, G. (2007). Arte, inoperatividade e política in Política (org. Rui Mota Cardoso). Porto: Fundação de Serralves. pp. 35-45.

Agamben, G. (2008a). Bartleby, ou Da Contigência. Tradução de Manuel Rodrigues e Pedro A. H. Paixão. Lisboa: Assírio & Alvim.

Agamben, G. (1998). Le Cinéma de Guy Debord in Image et Mémoire. Paris: Hoëbeke. pp. 65-76.

Agamben, G. (2008b). Notas sobre o Gesto in Artefilosofia, (4), Ouro Preto. Tradução de Vinícius Honesko. pp. 9-14.

Agamben, G. (2017). O Uso dos Corpos. Tradução de Selvino J. Assman. São Paulo: Boitempo.

Agamben, G. (2018). Por uma Ontologia e uma Política do Gesto. Tradução de Vinícius Honesko. Belo Horizonte: Chão da Feira.

Aristóteles. (2006). De Anima. Tradução de Maria Reis. São Paulo: Editora 34.

Aristóteles. (2002). Metafísica. Tradução de Giovanni Reale. Revisão de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola.

Blanchot, M. (1984). O Livro por Vir. Tradução de Maria Regina Louro. Lisboa: Relógio D’Água.

Bresson, R. (2000). Notas sobre o Cinematógrafo. Tradução de Pedro Mexia. Porto: Porto Editora/ Elementos Sudoeste.

Deleuze, G. (1981). Cours sur Spinoza. Transcrição de Jean-Charles Jarrell. doi: http://www2.univ-paris8.fr/deleuze/article.php3?id_article=221

Deleuze, G. (1985). Cinéma 2 – L’Image-temps. Paris: Minuit.

Deleuze, G. (1993). Critique et clinique. Paris: Minuit.

Deleuze, G. (2006). Nietzsche par Gilles Deleuze. Paris: PUF.

Deleuze, G. e Guattari, F. (2007). Capitalismo e Esquizofrenia 2 – Mil Planaltos. Tradução de Rafael Godinho. Lisboa: Assírio e Alvim.

Deleuze, G. e Parnet, C. (1996). Dialogues. Paris: Flammarion.

Didi-Huberman, G. (2014a). Sentir le grisou. Paris: Minuit.

Didi-Huberman, G. (2014b). Sobrevivências dos Vaga-lumes. Tradução de Vera Casa Nova e Márcia Arbex. Belo Horizonte: UFMG.

Espinosa, B. (1992). Ética. Tradução de Joaquim Carvalho, Joaquim Ferreira Gomes, António Simões. Lisboa: Relógio D’Água.

Grilo, J. M. (2014). Propositions for a Gestural Cinema: On “Ciné-Trances” and Jean Rouch’s Ritual Documentaries in Gustafsson H. e Gronstad, A. (eds.), Cinema and Agamben: Ethics, Biopolitics and the Moving Image. Nova Iorque e Londres: Bloomsbury Academic Press. pp. 121-138.

Hardt, M. (2004). L’exposition de la chair chez Pasolini in Multitudes, 18(4), Outono, pp. 159-167.

Houba, P. (2004). Trans-humaniser et organiser multitudes in Multitudes, 18(4), Outono, pp. 143-147.

Houcke, A-V. (2013). Un Non Finito Cinématographique in Critikat, 5 de Março. doi: https://www.critikat.com/actualite-cine/critique/carnet-de-notes-pour-une-orestie-2/

Nietzsche, F. (1976). Fragments posthumes: Automne 1887 - mars 1888. Tradução de Pierre Klossowski. Paris: Gallimard.

Pasolini, P. P. (1985). As Últimas Palavras um Ímpio (Conversas com Jean Duflot). Tradução de Isabel St. Aubyn. Lisboa: Distri Editora.

Pasolini, P. P. (1972). Empirismo eretico. Milão: Garzanti.

Pasolini, P. P. (2001). Per il cinema, II (org. Walter Siti e Franco Zabagli). Milão: Mondadori.

Pasolini, P. P. (2003). Poesie Mondane in Pasolini Tutte le Poesie, I (org. Walter Siti). Milão: Mondadori. pp. 1093-1101.

Pasolini, P. P. (2021). Who is me – Poeta das cinzas. Tradução de Ana Isabel Soares. Lisboa: Barco Bêbado.

Rancière, J. (2014). A Fábula Cinematográfica. Tradução de Luís Lima. Lisboa: Orfeu Negro.

Downloads

Publicado

2022-12-02

Edição

Secção

Artigos