Grupos ativistas e as funções de Relações Públicas: os casos dos lesados do BPN e do BES

Autores

  • Sónia Pedro Sebastião Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP/FCT), Universidade de Lisboa (ULisboa) http://orcid.org/0000-0002-4341-8031
  • Daniela Vila Verde ISCSP, ULisboa

Palavras-chave:

teoria pós-moderna das relações públicas, ativismo, crise financeira, estudo qualitativo

Resumo

Partindo de um modelo teórico de análise ancorado na teoria pós-moderna de relações públicas (e.g. Holtzhausen, 2000), na teoria situacional da resolução de problemas (Kim & Grunig, 2011) e recorrendo ao método qualitativo, procura-se neste estudo: identificar e caracterizar os clientes lesados das instituições bancárias em estudo classificados como “públicos ativos” (Hallahan, 2000); compreender o que motiva a cobertura mediática das ações desenvolvidas pelos grupos de ativistas do BPN e do BES; e evidenciar a importância das funções de relações públicas (desempenhadas pelos representantes dos grupos de lesados) na defesa, negociação e promoção dos interesses destes grupos. Conclui-se sobre a importância das funções de relações públicas para a ação comunicativa que assegure a captação da atenção dos media (organização e mobilização de manifestações, notas informativas, conhecimento e instrumentação dos critérios de noticiabilidade) sem que a sua utilização seja efetivamente desenvolvida por profissionais da área. 

Biografias Autor

Sónia Pedro Sebastião, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP/FCT), Universidade de Lisboa (ULisboa)

Professora Associada. Coordenadora da Unidade Científica e Pedagógica de Ciências da Comunicação. Research Senior Fellow CAPP, Grupo Sociedade Comunicação e Cultura

Daniela Vila Verde, ISCSP, ULisboa

Mestre em Comunicação Social, na vertente de Comunicação Estratégica pelo ISCSP (ULisboa)

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Publicado

2018-12-18