Militarismo e religiosidade: os valores do bolsonarismo e a ameaça à democracia comunicada

Resumo

Analisamos os valores postos em ação pela figura pública do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Um político de matiz ideológico de extrema direita e viés totalitário. Selecionamos dois valores caros a Bolsonaro que sustentam a sua performance desde 2018: o militarismo e a religiosidade. Os militares foram apresentados por ele, ao longo dos seus quatro anos na presidência, para além da capacidade de intervenção armada, como sujeitos melhores preparados do que os civis para cuidar dos interesses do país e da gestão do governo. Já a religiosidade foi tomada como desígnio do poder divino que legitima a figura do “mito” como é chamado pelos seus fiéis seguidores. Nossa fundamentação incorpora as noções de propaganda política trazidas por Nilson Lemos Lage (1985); a teoria crítica de valor com John Dewey (2009); o conceito de mito, enquanto um configurador de valores, com Leszek Kolakowski (1981) e o conhecimento por imagens com Georges Didi-Huberman (2004). Como procedimento metodológico, selecionamos para análise algumas imagens de um real onde os valores do militarismo e da religiosidade se fundiram e tomaram a cena política brasileira com manifestações violentas de apelo à volta da ditadura militar.

Palavras-chave: Comunicação. Propaganda Política. Figura Pública. Eleições brasileiras.