Coach de relacionamento para mulheres e suas convocações discursivas ao consumo de masculinidades
Palavras-chave:
Comunicação, Consumo, Masculinidades, Autoajuda, Discurso.Resumo
O presente artigo tem como objetivo estudar as estratégias discursivas de convocação para o consumo e de legitimação discursiva de perfis de Instagram que, conduzidos por homens, tem como proposta dar dicas de sedução para mulheres. A partir dos pressupostos da Análise de Discurso, iremos observar os discursos sobre masculinidades que estruturam essas produções e a forma como elas constroem cenas enunciativas. É possível observar que, além de seguir as características do gênero de autoajuda, há a construção de uma rede semântica redutora sobre masculinidades (embasada em discursos essencialistas de gênero) urdida a um hipernunciador vinculado a um sujeito universal masculino. Além disso, essas produções apelam a discursos sobre um amor tipicamente masculino (difícil de ser conquistado), uma perspectiva behaviorista simplificada de comportamento e uma inversão dos sentidos de autonomia e empoderamento feminino.
Referências
ALMEIDA, S.; JABLONSKI, B. (2011). “O novo (velho) homem: o masculino nos livros de autoajuda”. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 63(2), p. 28-38.
ALVES, V. L. (2005). Receitas para a conjugalidade: uma análise da literatura de autoajuda. Tese apresentada à Universidade Estadual de Campinas. Campinas: UNICAMP.
CASAQUI, V. (2016). “A Inspiração como forma comunicacional do capitalismo ‘cool’”. Anais do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo: Intercom.
CERCATO, N. (2006). As interfaces do discurso de auto-ajuda: análise em autores brasileiros na perspectiva discursiva. Tese apresentada à Universidade Federal da Bahia. Salvador: UFBA.
CORNWALL, A. (2008). “Além do ‘Empoderamento Light’: empoderamento feminino, desenvolvimento neoliberal e justiça global”. Cadernos Pagu, 52(1), 1-33.
MAINGUENEAU, D. (2008a). Gênese dos Discursos. São Paulo: Parábola.
MAINGUENEAU, D. (2008b). Cenas da Enunciação. São Paulo: Parábola.
OLIVEIRA, S. (2006). Discurso, gênero e argumentação na auto-ajuda de Shinyashiki. Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Araraquara: UNESP.
SILVA, I. (2012). A cultura amorosa no século XXI: estudo sobre livros de autoajuda como manuais de conquista e relacionamentos. Dissertação apresentada à Universidade Federal da Bahia. Salvador: UFBA.
SILVA, M. C.; WEBER, L. (2006). “Regras e auto-regras: um estudo sobre o comportamento de mulheres no relacionamento amoroso”. In GUILHARDI, H.; AGUIRRE, N. (org). Sobre comportamento e cognição. Santo André: ESETec Editores Associados, 55-70.
WALING, A. (2018). “Rethinking Masculinity Studies: Feminism, Masculinity, and Poststructural Accounts of Agency and Emotional Reflexivity”. The journal of men’s studies, v. 26(3), 2018, 1-19.
