Tecnovigilância e desafios à competência em informação

Autores

  • Fernanda do Valle Galvão Doutoranda do programa de pós-graduação em Ciência da Informação, no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Diego da Silva Costa Mestre em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Ricardo Medeiros Pimenta Professor doutor do programa de pós-graduação em Ciência da Informação, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), e pesquisador da mesma instituição.

Palavras-chave:

competência em informação, vigilância digital, privacidade, democracia, Big data

Resumo

Após as denúncias feitas por Julian Assange e o ex-agente da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, temas relacionados à espionagem digital ganharam vulto em jornais de relevância global. No entanto, a História ensina que tecnologias de vigilância sempre existiram para os grupos dominantes, e seus respectivos governos, terem o controle social. Este artigo se propõe a discutir a relação entre poder, vigilância e competência em informação na sociedade contemporânea. Especificamente, visa compreender se os principais jornais brasileiros e as revistas científicas de ciência da informação de maior destaque no País oferecem conteúdos relevantes sobre os bastidores técnicos das mídias digitais. Procurou-se avaliar também se abordam sobre os riscos do compartilhamento de informações no ciberespaço, uma vez que instrumentos modernos de controle, como laptops e smartphones, servem à política da mineração de dados e afetam diretamente o direito à privacidade e a soberania democrática de um povo.

Referências

Agamben, G. (2005). O que é um dispositivo?. outra travessia, jan, (5), 9-16. Florianópolis. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/12576. Recuperado em: 30 março 2018. doi: https://doi.org/10.5007/%x.

Bauman, Z. (2014). Vigilância líquida: diálogos com David Lyon. Rio de Janeiro: Zahar.

Bentham, J. (2000). O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica.

Biagi, S. (2011). Media impact: an introduction to mass media. Cengage Learning.10th Edition.

Bruno, F. (2013). Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina.

Deleuze, G. (1991). Foucault. São Paulo: Brasiliense. Deleuze, G. (1992). Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In Conversações: 1972-1990 (pp. 219-226). Rio de Janeiro: Ed. 34.

Deleuze, G. (1999). Que és un dispositivo?. In E. Balibar, H. Dreyfus, G. Deleuze, et al., Michel Foucault, filósofo (pp. 155- 163). Barcelona: Gedisa.

Deleuze, G. & Guattari, F. (1997). Mil Platôs Capitalismo e esquizofrenia (Trad. A. L. de Oliveira). São Paulo: Editora34.

Doyle, A. (2011). Revisiting the synopticon: reconsidering Mathiesen’s ‘The Viewer Society’ in the age of Web 2.0. Theoretical Criminology, 15 (3), 283-299. Recuperado em 29 março 2018, de http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1362480610396645.

Foucault, M. (1984). História da sexualidade II. O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal.

Foucault, M. (1990). Tecnologias del yo y otros textos afines. Barcelona: Paidós.

Foucault, M. (2000). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.

Frohamn, B. (1995). Taking information policy beyond information science: applying the actor network theory. Recuperado em 03 novembro, 2017, de https://sites.ualberta.ca/dept/slis/cais /frohmann.htm.

George G.; Haas, M. & Pentland, A. (2014). Big data and management. Academy of Management Journal, 57 (2), 321-326. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5465/amj.2014.4002. Recuperado em 30 março de 2018.

Gleick, J. (2013). A informação: uma história, uma teoria, uma enxurrada. Companhia das Letras.

González de Gómez, M. N. (2002). Novos cenários políticos para a informação. Ciência da Informação, 31(1), 27-40. Recuperado em 03 novembro, 2017, de http://ridi.ibict.br/handle/123456789/2 53.

Hatschach, M. H. & Olinto, G. (2008). Competência em informação: caminhos percorridos e novas trilhas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, 4(1), 20-34. São Paulo.

Jaeger, P. T. (2015). Disability, human rights, and social justice: The ongoing struggle for on- line accessibility and equality. First Monday, [S.l.], sep. ISSN 13960466. Available at: https://ojphi.org/ojs/index.php/fm/article/view/6164. Date accessed: 30 mar. 2018. doi: http://dx.doi.org/10.5210/fm.v20i9.6164.

Lévy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.

Lipovetsky, G. & Charles, S. (2004). Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla.

Lipovetsky, G. & Serroy, J. (2015). A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Editora Companhia das Letras.

Lloyd, A. (2003). Information literacy: the meta-competency of the knowledge economy an exploration paper. Journal of Librarianship and Information Science, Jun., 35 (2), 87-92.

Lyon, D. (2002). Surveillance studies: understanding visibility, mobility and the phenetic fix. Sur- veillance & society, 1(1), 1-7. Recuperado em 03 novembro 2017, de https://ojs.library.queen su.ca/index.php/surveillance-and-society/article/view/3390.

Lyon, D. (2006). Theorizing surveillance: the panopticon and beyond. London: William Publishing.

Lyon, D. (2007). Surveillance, security, and social sorting: the emerging research priorities. International Criminal Justice Review, 17(2).

Marx, G. T. (2014). Conceptual matters: the ordering of surveillance. In B. Kees, R. Van Brakel, C. Fonio & P. Wagenaar (orgs.), Histories of state surveillance in Europe and beyond. New York; London: Routledge.

Mathiesen, T. (1997). The viewer society: Michel Foucault‘s “Panopticon” revisited. Theoretical Criminology, 1(2), 215-234.

Mayer-Schonberger, V. (2009). The demise of forgetting. In V. Mayer-Schonberger, Delete: the virtue of forgetting in digital age. New Jersey: Princeton University Press.

Mcafee, A.; Brynjolfsson, E. (2012). Big data: the management revolution. Harvard Business Review, October, 1-9.

Parisier, E. (2012). O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Zahar.

Pimenta, R. M. (2013). Big data e controle da informação na era digital: tecnogênese de uma memória a serviço do mercado e do estado. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da In- formação, 6(2). Recuperando em 23 Outubro 2016, em http://basessibi.c3sl.ufpr.br/brapci/v/ a/16097.

Pimenta, R. M. (2016). As rugosidades do ciberespaço: um contributo teórico aos estudos dos web espaços informacionais. Informação & Sociedade: Estudos, 26(2), 77-90, maio/ago. Recuperado em 11 Outubro 2016, em www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/28116/162 02.

Pridmore, J. (2013) Collaborative surveillance: configuring contemporary marketing practice. In K. Ball & L. Snider (eds.), The surveillance-industrial complex: a political economy of surveillance. London, UK: Routledge.

Sayão, L. F. & Sales, L. (2014). Dados abertos de pesquisa: ampliando o conceito de acesso livre. RECIIS – Rev. Eletron. de Comun. Inf. Inov. Saúde, jun., 8(2), 76-92. Disponível em: www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/17102/2/3.pdf Recuperado em 30 de março de 2018.

Thompson, K. M.; Jaeger, P. T.; Taylor, N. G.; Subramaniam, M. & Bertot, J. C. (2014). Digital literacy and digital inclusion: information policy and the public library. Lanham, Md.: Rowman & Littlefield.

Vitorino, E. V. & Piantola, D. (2011). Dimensões da competência Informacional. Ci. Inf., jan./abr, 40 (1), 99-110. Brasília, DF.

Zuboff, S. (2015). Big other: surveillance capitalism and the prospects of an information civiliza- tion. Journal of Information Technology, 30, 75-80. Recuperado em 11 Novembro 2016, em www.shoshanazuboff.com/new/recent-publications-and-interviews/big-other-surveillance-capitalism-and-the-prospects-of-an-information-civilization/.

Downloads

Publicado

2018-06-05