Perspectivas dilatadas e olhares astronômicos: o uso de imagens de satélites no trabalho de Mishka Henner
Palavras-chave:
iconização, abstração, estratégias interacionais, Mishka Henner, Google Earth, Google Streets.Resumo
O trabalho fotográfico de Mishka Henner, de apropriação de imagens de satélite, conduz nosso raciocínio, porque permite inferir questionamentos sobre o efeito de realidade provocado pelas imagens técnicas, em seu constante tensionamento entre procedimentos de abstração e iconização. Esses mecanismos são homologados tematicamente pelo jogo de velamento e desvelamento, e em manobras enunciativas de descoberta das simbólicas inscrições do homem no mundo, perante as quais os sujeitos se colocam em regimes de crença e confiança nos aparatos. Baseia-se em postulados da semiótica discursiva e em alguns de seus desdobramentos, como o estudo das estratégias de construção e desconstrução de efeitos de iconicidade, das implicações interacionais e das relações entre corpo e sentido. Não se considera a tensão entre icônico e abstrato apenas como recursos estruturais, mas como formas culturais a nos mobilizar em face do visível e do invisível, do tangível e do intangível, sobre determinadas por decisões de ordem política.
Referências
ALBERS, Kate Palmer. Public life and the private screen. (2015) Disponível em: http://circulationexchange.org/articles/nomansland.html. Acesso em 16/05/2020.
BOHR, Marco. Mishka Henner and the boundaries of photography. Disponível em: https://www.photomonitor.co.uk/mishka-henner-and-the-boundaries-of-photography/. Acesso em 16/05/2020.
BOLTER, Jay David & GRUSIN, Richard. (2000). Remediation: Understanding New Media. Cambridge: The MIT Press.
BRAGANÇA DE MIRANDA, J. A. (2008). Corpo e imagem. Lisboa: Nova Vega, 2008.
BOURDIEU, Pierre. (2003). Un arte medio. Ensayo sobre los usos sociales de la fotografía. Barcelona: Gustavo Gili.
CHKLOVSKI, Viktor. A arte como procedimento. In: Teoria da literatura: os formalistas russos, Porto Alegre, Globo, 1976, p. 39-56.
FIORIN José Luiz. De la thétorique à la rhétoricité. Actes Sémiotiques, nº 123, 2020, p. 1-.11. https://www.unilim.fr/actes-semiotiques/6414.
FLOCH, Jean-Marie. (1995). Petites mythologies de l’œil et de l’esprit. Paris/Amsterdam: Hades Benjamines.
FLUSSER Vilém. (1985). Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Hucitec.
FONTANILLE, Jacques. (2016). Corpo e sentido. Londrina: Eduel; Paris: Presses Universitaires de France.
__________. (2017). Práxis e enunciação: Greimas herdeiro de Saussure. Gragoatá. Niterói: IL/UFF, v.22, n. 44, p. 986-1004, set.-dez.
________. (2005). Significação e visualidade: exercícios práticos. Porto Alegre: Editora Sulina.
GEFTER, Philip. Mishka Henner uses Google Earth as muse. Disponível em : https://www.nytimes.com/2015/08/30/arts/design/mishka-henner-uses-google-earth-as-muse-for-his-aerial-art.html. Acesso em 16/05/2010.
HAN, Biyung Chul. (2014). A sociedade da transparência. Lisboa: Relógio d`Água Editores.
HILLIS, Ken. (2003). Sensações digitais: espaço, identidade e corporificações na realidade virtual. São leopolodo, RS: Editora Unisinos.
INWOOD, Michael. (2004). Heidegger. São Paulo: Edições Loyola.
JAKOBSON, R. (2010). Linguística e comunicação.São Paulo: Cultrix.
MERLEAU-PONTY, M. (1980). A dúvida de Cézanne. In: Textos selecionados. São Paulo: Abril Cultural.
RANCIÈRE, Jacques. (2018a). O desentendimento: política e filosofia. São Paulo: Editora 34.
__________. (2018b). Crónicas de los tiempos consensuales. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Waldhuter Editores.
_________. (2005). A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO Experimental org./Ed. 34.
SCHAEFFER, Jean-Marie. (1996). A imagem precária: sobre o dispositivo fotográfico. Campinas, SP: Papirus.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).