Crise do jornalismo, transparência e fixação da crença em ambiente de negacionismo e desinformação

Autores

  • Felipe Moura de Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Carolina Monego Lins Pastl Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

O artigo propõe reflexões sobre a crise do jornalismo, entendido como mediação qualificada frente à realidade caótica dos acontecimentos e seus desdobramentos no ambiente digital. Com lastro em breve análise de conteúdos produzidos por veículos que compõem o Projeto Credibilidade sobre a ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, postula-se que ao adotar indicadores de credibilidade eles promovam transparência no método jornalístico. A discussão é iluminada, em especial, pela Teoria Geral dos Signos, de Peirce, da qual decorre a hipótese, em construção, de que a transparência, constituída como legi-signo na “semiose da notícia”, pode legitimar o método jornalístico por meio de um movimento que transita entre as formas de fixação da crença. Preliminarmente, é possível inferir a pertinência heurística da proposta, a partir do seu arranjo teórico-metodológico, mas seu cotejamento com o Projeto Credibilidade denota limites para sua realização em iniciativas dessa natureza.

Biografias Autor

Felipe Moura de Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e do curso de Jornalismo da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico/UFRGS), do qual foi coordenador no mandato 2020/2022. Doutor em Ciências da Comunicação (Unisinos), linha de pesquisa Linguagem e Práticas Jornalísticas, com estágio no Departamento de Filosofia da Pennsylvania State University (EUA) e tese que discute processos sociais em redes digitais e suas implicações sobre a comunicação e o jornalismo contemporâneos a partir de incursões às redações dos jornais Folha de S.Paulo (Brasil), El País (Espanha) e The New York Times (EUA). Autor de "La semiosis de la noticia: Movimientos sociales en red y crisis del periodismo" (Barcelona: Editorial UOC, 2018). Líder, ao lado do professor Marcelo Ruschel Träsel, do Grupo de Pesquisa Jornalismo Digital - JorDi (UFRGS/CNPq) e membro fundador do Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento - LIC (Unisinos/CNPq). Foi repórter correspondente do jornal Correio do Povo (RS), gerente de redação do Portal novohamburgo.org e diretor de conteúdo na Versão Final Comunicação. Experiência também em revista e televisão pública.

Carolina Monego Lins Pastl, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Jornalista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Repórter em GZH. Atualmente mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comuninicação da UFRGS. Integrante do grupo de pesquisa Jornalismo Digital (JorDi/CNPq). Tem experiência na área de Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo digital, crise de credibilidade no jornalismo e semiótica.

Downloads

Publicado

2024-01-17

Edição

Secção

Artigos