Semiótica da Cultura e Princípio da Energia Livre: tecendo afinidades

Autores

Palavras-chave:

Semiótica da Cultura, Princípio da Energia Livre, entropia, fronteira, comunicação de-formativa

Resumo

O artigo propõe uma articulação entre ensinamentos da Semiótica da Cultura, em especial a partir de seu principal autor, Iuri Lotman, e o Princípio da Energia Livre, preconizado pelo neurocientista Karl Friston. O objetivo é produzir uma reflexão teórica a respeito das mudanças desencadeadas a partir das relações entre sistemas culturais e seus exteriores; é dizer: a partir da comunicação. Tanto a Semiótica da Cultura quanto o princípio em questão, oriundo da neurociência, interpelam as noções de “dentro” e “fora” de sistemas e fornecem ferramentas profícuas para aprofundarmos a ideia de uma comunicação propulsora de mudança de estado de coisas. Ao final, é proposto um exercício aforístico para delinear, ainda que de maneira embrionária, o que entendemos ser uma comunicação de-formativa.

Biografia Autor

Arthur Walber Viana, Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM/UFRGS)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Mestre em Comunicação e Informação (UFRGS). Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo (UFRGS). Integra o núcleo de pesquisa Corporalidades, vinculado ao GPESC (Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação), sob orientação da professora Dra. Nísia Martins do Rosário; e o Semiodata (Grupo de Estudos em Semiótica, Comunicação e Big Data), na USP (Universidade de São Paulo), sob coordenação do professor Dr. Anderson Vinícius Romanini. Foco dos estudos na área da Semiótica da Cultura. Ênfase em relações de desigualdade e representações de grupos em situação de vulnerabilidade social em meios de comunicação.

Referências

Andrews, M. (2017). The Free Energy Principle: An Accessible Introduction to its Derivations, Applications, & Implications. Departments of Psychology & Philosophy, Tufts University, Medford. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/324246948_The_Free_Energy_Principle_An_Accessible_Introduction_to_its_Derivations_Applications_Implications

Barei, S., & Ponce, A. G. (Eds.). (2022). Intensidades. In S. Barei & A. G. Ponce (Eds.), Lotman revisitado: perspectivas latinoamericanas. Córdoba: Centro de Estudios Avanzados.

Braga, J. L. (2014). Um conhecimento aforístico. Questões Transversais, 2(3). Recuperado de https://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/article/view/8554

Dicionário da língua portuguesa. (2008). Deformar. Priberam Informática. Recuperado de https://dicionario.priberam.org/deformar

Flusser, V. (2012). O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

Friston, K. (2010). The free-energy principle: a unified brain theory?. Nature Reviews Neuroscience, 11, 127–138. https://doi.org/10.1038/nrn2787

Friston, K., Da Costa, L., Sajid, N., Heins, C., Ueltzhöffer, K., Pavliotis, G. A., & Parr, T. (2022). The free energy principle made simpler but not too simple. Arxiv, Cornell University. https://doi.org/10.48550/arXiv.2201.06387

Hyperfine Physics. (2021, 8 de abril). Entropy & statistical mechanics [Episódio de podcast]. Recuperado de https://open.spotify.com/episode/1BVdSD53azg85ibolZZ7km?si=skMo0Bl2RuCQr8BndAMQ1A

Kirchhoff, M., Parr, T., Palacios, E., Friston, K., & Kiverstein, J. (2018). The Markov blankets of life: autonomy, active inference and the free energy principle. Journal of the Royal Society Interface, 15. https://doi.org/10.1098/rsif.2017.0792

Kull, K. (1998). Semiotic Ecology: Different Natures in the Semiospheres. Sign Systems Studies, 26.

Lienhard, J. (2013, 30 de dezembro). Entropy [Vídeo]. YouTube. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=870y6GUKbwc

Lotman, I. (2021). Mecanismos imprevisíveis da cultura. São Paulo: Hucitec.

Lotman, I. (1999). Cultura y explosión: lo previsible y lo imprevisible en los procesos de cambio social. Barcelona: Gedisa.

Lotman, I. (1996). La semiosfera I: Semiótica de la cultura y del texto. Madrid: Ediciones Cátedra.

Lotman, I. (1982). Estructura del texto artístico. Madrid, Espanha: Istmo.

Machado, I. (2021). Prefácio à edição brasileira: semiótica da imprevisibilidade e dos sistemas assimétricos. In I. Lotman, Mecanismos imprevisíveis da cultura. São Paulo: Hucitec.

Machado, I. (2015). Diagramática do pensamento: a modelização espacial dos códigos e dos sistemas de cultura. Questões Transversais: Revista de Epistemologias da Comunicação, 3(6). Recuperado de https://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/article/view/11308/pdf

Machado, I. (2003). Escola de semiótica: a experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial.

Mann, S. F., Pain, R., & Kirchhoff, M. D. (2022). Free energy: a user’s guide. Biology & Philosophy, 37(33). https://doi.org/10.1007/s10539-022-09864-z

Pezzulo, G., & Sims, M. (2021). Modelling ourselves: what the free energy principle reveals about our implicit notions of representation. Synthese, 199, 7801–7833. https://doi.org/10.1007/s11229-021-03140-5

Pietarinen, A. V., & Beni, M. D. (2021). Active Inference and Abduction. Biosemiotics, 14, 499–517. https://doi.org/10.1007/s12304-021-09432-0

Ramstead, M. J. D., Badcock, P. B., & Friston, K. (2018). Answering Schrödinger’s Question: A Free-Energy Formulation. Physics of Life Reviews, 24, 1–16.

Rosário, N. M. do. (2021). A tensão como potência para teorizar a comunicação. Galáxia, 46, 1-17.

Rosário, N. M. do, Coca, A. P., Pereira, M. R., Santos, F. A. S., Somariva, M., & Silva, J. A. (2016). Corpos reconfigurados: cartografia de rupturas de sentidos na mídia. In J. A. F. Cirino & C. F. Braga (Orgs.), Tópicos em mídia e cultura. Goiânia: PPGCOM/FIC/UFG.

Shannon, C. E., & Weaver, W. (1998). The Mathematical Theory of Communication. Chicago: University of Illinois Press.

Shannon, C. E., & Weaver, W. (1948). A Mathematical Theory of Communication. The Bell System Technical Journal, 27, 379–423, 623–656.

Simas, L. A., & Rufino, L. (2018). Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula.

Stiegler, B. (2019). For a neganthropology of automatic society. In T. Pringle, G. Koch, & B. Stiegler (Eds.), Machine (pp. 25-47). Lüneburg: Meson Press.

Stiegler, B. (2015). La Société Automatique - 1. L’Avenir do travail. Paris: Fayard.

Tokoro, P. M., & Costa, S. F. (2021). Introdução à topologia algébrica. 31º SIC/UDESC (Salão de Iniciação Científica da Universidade do Estado de Santa Catarina). Recuperado de https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/14730/061_INTRODU__O_16343235470367_14730.pdf

Downloads

Publicado

2023-07-31

Edição

Secção

Artigos