Memória e esquecimento: os currais da seca no Ceará à luz da Semiótica Cultural
Palavras-chave:
Semiosfera, Semiótica da Cultura, Campos de Concentração, Seca, CearáResumo
Em 1932, a seca no estado do Ceará levou uma massa de vítimas a saírem do interior em busca de melhores condições de vida na capital, Fortaleza. Com a intenção de impedir sua chegada, o governo do estado criou diversos campos de concentração nas regiões que circundam a capital. Posteriormente, às almas dos flagelados foram creditados milagres e bênçãos, que originaram uma cultura própria em torno das ruínas dos campos, como a procissão Caminhada da Seca. Para compreender esse fenômeno cultural e a sua sobrevivência até os dias atuais, o conceito de Semiosfera (Lotman, 1990) se apresenta como ferramenta teórica. Nosso corpus de análise consiste em obras artísticas motivadas pelo episódio histórico e pelas procissões: o filme Currais (2019), a série de esculturas Flagelados da Barragem (2012) e o ensaio fotográfico Caminhada das Almas (2019), consideradas formas de tradução e permanência cultural.Referências
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