Camadas de autoria e de montagem em Memórias retomadas e Morar na ‘Casa do Povo’

Authors

  • João Martinho Braga de Mendonça Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba
  • Josep Segarra

Keywords:

ethnography, audiovisual, authorship, layers, editing, ethnographic film

Abstract

This essay aims to discuss the question of authorship in documentaries
produced in anthropological research contexts. The films Morar na ’Casa do Povo’ (2016) and Memórias retomadas: Cacique Vado (2015) are analyzed from the experience of its directors, in an attempt to explore connections between critical discussions on ethnography, authorship and audiovisual anthropology.

Author Biography

João Martinho Braga de Mendonça, Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba

Professor Associado da UFPB, Doutor em Multimeios pela UNICAMP.

References

Alvim, L. (2018). Voz over e colagens musicais em documentários ensaísticos de Chris Marker e Agnès Varda da época da Nouvelle Vague. Doc Online, (24): 60-79, setembro. www.doc.ubi.pt.

Ameida, S. (2010). Prefácio – Apresentando Spivak. In G. Spivak, Pode o subalterno falar? (pp. 7-18). Belo Horizonte: Editora UFMG.

Araújo Silva, M. (org.) (2010). Jean Rouch: retrospectivas e colóquios no Brasil/2009. Belo Horizonte: Balafon.

Araújo, M. (2017). Ecologia doméstica e transação de conhecimento entre grupos domésticos potiguara da aldeia Jaraguá de Monte-Mór, PB. João Pessoa: Dissertação de Mestrado, PPGA/Universidade Federal da Paraíba.

Banks, M. (2009). Dados visuais para pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed.

Caldeira, T. (1988) A presença do autor e a pós-modernidade em antropologia. Novos Estudos, (21), julho.

Chiozzi, P. (ed.) (1993). Yearbook of Visual Anthropology, vol. 1. Firenze: Angelo Pontecorboli.

Clifford, J. (1998). Sobre a autoridade etnográfica. In J. Clifford, A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX (pp. 17-57). Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Clifford, J. & Marcus, G. (1984). Writing culture: the poetics and politics of ethnography. Berkeley: Universtiy of California Press.

Eckert, C. & Rocha, A. (2016). Antropologia da Imagem no Brasil: experiências fundacionais para a construção de uma comunidade interpretativa. Revista Iluminuras, 17(41): 277-297. UFRGS.

Fassin, D. (2011). Uma trajetória antropológica: entrevista com Didier Fassin. por Pedro Jaime e Ari Lima. Horizontes Antropológicos, ano 17 (36): 257-279. Porto Alegre.

Fassin, D. (2013). Why ethnography matters: on anthropology and its publics. Cultural Anthropology, 28(4): 621-46.

France, C. (1998). Cinema e antropologia. Campinas: Unicamp.

Freire, M. (2011). Documentário: ética, estética e formas de representação. São Paulo: Annablume.

Geertz, C. (1978). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

Geertz, C. (2005 [1988]). Obras e vidas. O antropólogo como autor. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Gonçalves, J. (1998). Apresentação. In J. Clifford, A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX (pp. 7-16). Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Gonçalves, M. (2008). O real imaginado: etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks.

Henley, P. (2009). Da negação: autoria e realização do filme etnográfico. In A. Barbosa, et al. (orgs.), Imagem-conhecimento: antropologia, cinema e outros diálogos (pp. 101-126). Campinas, SP: Papirus.

Hockings, P. (ed.) (1975). Principes of visual anthropology. The Hague: Mouton Publishers.

Jacknis, I. (1988) Margaret Mead and Gregory Bateson in Bali: their use of photography and film. Cultural Anthropology, may, 3(4): 160-177.

Kopper, M. (2014). Nos limites da intervenção: a antropologia crítica de Didier Fassin. Mana, 20(2): 355-370. Rio de Janeiro.

Latour, B. (1996). Petite réflexion sur le culte moderne des dieux Faitiches. Paris: Les Empêcheurs de penser en rond.

Latour, B. (2015). Faturas/Fraturas: da noção de rede à noção de vínculo. ILHA, ago/dez, 17(2): 123-146.

MacDougall, D. (1997). De quem é essa história?. Cadernos de Antropologia e Imagem, 2(5): 93-105. UERJ/Rio de Janeiro.

Marcus, G. (1991). Identidades passadas, presentes e emergentes: requisitos para etnografias sobre a modernidade no final do século XX ao nível mundial. Revista de Antropologia, (34): 197-221. São Paulo, USP.

Marcus, G. (1994). The modernist sensibility in recent ethnographic writing and the cinematic metaphor of montage. In L. Taylor (ed.), Visualizing theory, selected essays from V.A.R. 1990-1994 (pp. 37-53). New York e London: Routledge.

Marcus, G. & Cushman, D. (1982). Ethnographies as texts. Annual Review of Anthropology, (11): 25-69.

Marcus, G. & Fischer, M. (1986). Anthropology as cultural critique: an experimental moment in the human sciences. Chicago: University of Chicago Press.

Mattos, C. (2010). Um filme de... Argumentos e estratégias para uma política do roteirista-autor. Rio de Janeiro: Tese de Doutorado, PPGCC/Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Mead, M. (1975). Visual Anthropology in a discipline of words. In P. Hockings (org.), Principles of visual anthropology (pp. 3-10). The Hague: Mouton, publishers.

Mead, M. & Bateson, G. (1942). Balinese Character. A Photographic Analysis, vol. 2. New York: Special Publications of New York Academy of Sciences.

Mead, M. & Heyman, K. (1965). Family. New York: The Macmillan Company.

Mead, M. & Heyman, K. (1975). World Enough. Rethinking the Future. Boston: Little, Brown & Cia.

Mead, M. & MacGregor, F. (1951). Growth and Culture. A Photographic Study of Balinese Childhood. New York: Putnam.

Mendonça, J. (2006). O uso da câmera nas pesquisas de campo de Margaret Mead. Cadernos de Antropologia e Imagem, 1(22): 57-73. UERJ/Rio de Janeiro.

Mendonça, J. (2014). Pesquisa fotográfica e fílmica no Litoral Norte da Paraíba. In A. Ferraz & J. Mendonça (orgs.), Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa (pp. 439-470), (e-book). Brasília/DF: ABA. Disponível em: www.cchla.ufpb.br/ppga/?page_id=51

Mendonça, J. (2016). Vozes e silêncios: apontamentos sobre reflexividade em Filmes Etnográficos. GIS – Gesto, Imagem E Som – Revista De Antropologia, 1(1). Disponível em: www.revistas.usp.br/gis/article/view/116356

Mendonça, J. (2017) Acervos, memórias e antropologia visual: notas sobre a análise de imagens e edição no vídeo memórias retomadas. Revista Maguaré, 31(2): 61-95.

Nicholls, B. (2005). Introdução ao documentário. Campinas: Papirus.

Piault, M. (2007). Um cinema-espelho? Por uma realidade partilhada. In M. Grossi, et al. (orgs.), Conferências e diálogos: saberes e práticas antropológicas (pp. 205-210). Blumenau: Nova Letra.

Rouch, J. (1975). The camera and man. In P. Hockings (ed.), Principes of visual anthropology (pp. 83-102). The Hague: Mouton Publishers.

Rouch, J. (2000). O comentário improvisado “na imagem”: entrevista com Jean Rouch. In C. France (org.), Do filme etnográfico à antropologia fílmica (pp. 125-129). Campinas: Unicamp.

Samain, E. (2004). Balinese Character (re)visitado. Uma introdução à obra visual de Gregory Bateson e Margaret Mead. In A. Alves, Os Argonautas do Mangue (pp. 15-72). Campinas: Unicamp/ Imprensa Oficial.

Samain, E. (2005). Antropologia Visual e fotografia no Brasil: vinte anos e muitos mais. Cadernos de Antropologia e Imagem, 2(21): 115-132. UERJ/Rio de Janeiro.

Segarra, J. (2015). “Paz entre nós, guerra aos senhores!”: uma etnografia sobre o Bloco de Lutas pelo Transporte Público e a ocupação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado, PPGAS/UFRGS Porto Alegre.

Souza, M. & Silva, T. (2018). Potiguara: um povo de memórias. João Pessoa: Trabalho de Conclusão de Curso, Comunicação em Mídias Digitais, Universidade Federal da Paraíba.

Spivak, G. (2010). Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Stoller, P. (2005). A respeito de Rouch: reinterpretando a cultura colonial da África Ocidental. Cadernos de Antropologia e Imagem, 2(21): 97-112. UERJ/Rio de Janeiro.

Trajano Filho, W. & Ribeiro, G. (orgs.) (2004). O campo da antropologia no Brasil. Rio de Janeiro: Contra Capa/ABA.

Wagner, R. (2017). A invenção das culturas. São Paulo: Ubu.

Filmografia

Character formation in different cultures:

A Balinese Family (1951), de Margaret Mead e Gregory Bateson. Bathing Babies in Three Cultures (1954), de Margaret Mead e Gregory Bateson.

Childhood Rivalry in Bali and New Guinea (1954), de M. Mead e Gregory Bateson.

First Days in the Life of a New Guinea Baby (1952), de M. Mead e Gregory Bateson.

Karba’s First Years (1952), de Margaret Mead e Gregory Bateson.

Trance and Dance in Bali (1952), de Margaret Mead, Gregory Bateson e Jane Belo.

Learning to Dance in Bali (1978), de Margaret Mead, Gregory Bateson e Jane Belo.

Jaguar (1954/1967), de Jean Rouch.

Margaret Mead: a portrait by a friend (1977), de Jean Rouch.

Margaret Mead’s New Guinea Journal (1969) de Margaret Mead e Craig Gilbert.

Memórias retomadas (2015), do Coletivo AVAEDOC, João Mendonça e Tamara Rodrigues.

Moi, un noir (1958), de Jean Rouch.

Morar na “casa do povo” (2016), de Josep Segarra.

Prèmiere film (1947/1991), de Jean Rouch.

Published

2019-11-29