Narrativas de Agência no Islão Africano: Uma Análise Semiótica do Documentário de Yara Costa
Resumo
Enquanto estudos recentes analisam a expansão do Wahhabismo em Moçambique sob uma perspetiva política, este artigo propõe uma abordagem semiótica inovadora, examinando como o cinema moçambicano critica essa doutrina através dum discurso visual generificado. A partir do documentário Entre Eu e Deus, de Yara Costa, utilizamos o percurso gerativo do sentido de Greimas para revelar como o corpo da protagonista, Karen, transforma-se num campo de disputa entre o Islão africano sincrético e a ortodoxia importada. Ao desconstruir os três níveis da semiótica greimasiana: fundamental (oposições), narrativo (transformações) e discursivo (estratégias estéticas); demonstramos como o filme subverte as estruturas feministas e eurocêntricas, propondo um modelo de agência enraizado em epistemologias locais. Este estudo amplia os debates sobre as feminilidades islâmicas na África Lusófona e reafirma o papel do cinema como uma ferramenta de resistência decolonial.
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