Considerações teóricas a respeito das condições de “abertura crítica” nos trailers

Autores

  • Caio Menezes de Carvalho Grupo de pesquisa "Palavra e Imagem em Representação" do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGCOS/PUC-SP)

Palavras-chave:

Trailers, obra aberta, cinema, interpretação

Resumo

Os trailers geralmente são os responsáveis pela primeira concepção que o público tem a respeito do filme anunciado. Criam-se, portanto, com base nestas peças publicitárias, expectativas a respeito do que será posto em desenvolvimento na obra anunciada – não raro sob a forma de pressuposições. Estas expectativas, a serem parcial ou integralmente confirmadas ou não diante da experiência de ver o filme em si, são aquilo que nos permitem falar em uma possibilidade de “abertura crítica” nos trailers, a transformar uma relação ordenada, “dada”, com a obra, em um nível (mínimo que seja) de relação crítica. A partir do conceito umbertiano de obra aberta, a abarcar discussões sobre a definição de arte e sobre as características da mensagem estética, este capítulo propõe, dessa maneira, discutir a seguinte questão: faz sentido falar de trailers também como obra aberta?

Biografia Autor

Caio Menezes de Carvalho, Grupo de pesquisa "Palavra e Imagem em Representação" do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGCOS/PUC-SP)

Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) entre 2017 e 2018. Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Desde 2016 vem trazendo o cinema para seu campo de estudos semióticos e -- paralelamente ao seu interesse acadêmico pela sétima arte -- desenvolve também obras fílmicas, tendo já participado de vários festivais brasileiros voltados para este âmbito artístico.

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Publicado

2019-12-31

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Artigos