Cinema de ocupação – uma cartografia da produção audiovisual engajada na luta pelo direito à cidade no Recife
Resumo
O presente trabalho produz uma cartografia da produção audiovisual con- temporânea engajada na luta pelo direito à cidade no Recife. A partir da análise de um corpus de mais de 80 trabalhos realizados na última década, observam-se linhas de força que atravessam os filmes, assim como a relação entre a mobilização social, as relações de poder e as subjetividades inseridas na produção de cidade, notadamente o surgimento do Movimento Ocupe Estelita e suas estratégias de intervenção midiática. Também ganham foco o espaço da autoria como um campo de formulação coletiva de sujeitos históricos e políticos, a performatividade dos corpos que empunham câmeras participativamente diante de acontecimentos desse embate pela democratização do planejamento urbano, e uma disposição para o uso militante do cinema na elaboração de narrativas de engajamento, leituras do real e produção de memória. Metodologicamente esta investigação se volta para os filmes não apenas como objetos isolados em seus aspectos estéticos e narrativos, mas como gestos de ações colaborativas em circuitos de produção, circulação, adesão, crítica e mobilização, tanto nas redes digitais quanto em espaços presenciais, a exemplo das ocupações urbanas. Para empreender essa articulação entre os processos comunicacionais e as ações estético-políticas como gestos, mobilizo os conceitos de antropologia política das imagens (Didi-Huberman), multidão (Hardt & Negri), performatividade da assembleia (Butler), cinema de intervenção social (Brenez) e direito à cidade (Harvey), entre outros, com o objetivo de sustentar a noção de cinema de ocupação.
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