Em torno de estratégias de visualidade e do “direito de olhar”
Resumo
Neste artigo, recuperamos o contexto histórico das revoltas de 1981, na Inglaterra, em que, principalmente, as comunidades imigrantes de afro-caribenhos reagiram contra a violência e a repressão perpetrados pelo Estado e sua força repressiva. Trata-se de acontecimentos marcados por relações étnico-raciais, com impacto na criação de imagens fixas e em movimento. Tomamos, como fio condutor, para a análise, as considerações de Kobena Mercer (1994), em relação aos desdobramentos políticos e culturais de tais eventos. Por se tratar de relações de poder e construção visual, Nicholas Mirzoeff (2011) foi acionado sobre o ‘olhar da autoridade’ e seus ‘complexos de visualidade’. Os estudos de Anjalie Clayton (2015) discutem a conjuntura envolvida por artistas e curadores, em seus engajamentos políticos nos anos 1980. O despontar de coletivos artísticos e seu olhar altruísta em relação às comunidades periféricas nos permitiu a aproximação com o conceito de ‘visualidade háptica’, de Giuliana Bruno (2002), a partir de procedimentos como a ‘reversibilidade e a reciprocidade’. Ao recorrermos a tais conceitos, nos aproximamos das obras de Lubaina Himid e dos coletivos Sankofa e Black Audio Film Collective, respectivamente, nas obras não-ficcionais de Isaac Julien, Territories (1984) e John Akomfrah, Handsworth Songs (1985).
Palavras-chave: Visualidades; Relações étnico-raciais; Cinema negro; Diáspora.
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