Genocídio, memória do trauma, afeto e política no documentário “A Imagem que Falta”, de Rithy Pahn

Marina Alavarenga Botelho, Gustavo Souza, Carla Montuori Fernandes

Resumo


O artigo tem como objetivo analisar como o tema do genocídio ocorrido no Camboja (1975-1979) e a memória do trauma são retratados no documentário “A Imagem que Falta”, dirigido por Rithy Pahn. O texto reflete a construção do documentário pelo diretor Pahn, vítima do regime totalitário cambojano, que teve sua família assassinada pelo Regime do Khmer, e quais foram as estratégias utilizadas para reconstruir uma memória subjetiva, individual e coletiva do trauma vivido durante sua infância. O estudo analisa como o filme trabalha com regimes de imagem diegéticas, afetivas e indiciais e busca mais um efeito de memória do que um efeito de real, ao utilizar imagens produzidas por barros e outros materiais, para representar a impossibilidade de se narrar o genocídio vivido durante regime totalitário do Khmer.


Palavras-chave


Genocídio; Documentário; Trauma

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Filmografia

A Imagem que Falta (2014), de Rithy Pahn

A Lista de Schindler (1993), de Steven Spielperg

Elena (2012), de Petra Costa.

Hospital (1970), Frederick Wiseman.

Mataram meu irmão (2013), de Cristiano Burlan.

Nanking (2007), de Bill Guttentag e Dan Sturman.

Nanook (1922), de Robert Flaherty


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