A presença e a comunhão para todos

a “ética” do Primeiro Comando da Capital como elemento argumentativo

Autores

  • Alvaro de Souza Vieira Universidade de Franca

Resumo

No contexto brasileiro, a organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, tem demonstrado uma relação de valor perante os seus integrantes, produto do desenvolvimento de uma estranha, mas, notória empatia. Em especial identificação, pelo “jeito do crime”, sugere uma razoabilidade moderada pelos discursos de igualdade, liberdade, paz e justiça, capazes de nortear comportamentos morais. Em exame acerca da constituição ética referenciada pelo PCC, ao ter em vista a utilidade dos expedientes retóricos na produção de discursos, por intermédio da comunicação estabelecida no regimento “estatuto do PCC”, objetivamos identificar e analisar as figuras de retórica da presença e da comunhão. Por ser o “estatuto” uma nota de regra para o grupo, investigamos se e como o PCC propõe a apreensão onde uma lógica do valor por meio da emissão de “virtudes”, as quais funcionam como ações, normas, medidas e procedimentos para a proteção orgânica do grupo. Para proceder a uma observação pormenorizada da discursividade posta no citado expediente, assim como compreender como o normativo aponta para a permanência ou não de noções centrais da configuração ética de Aristóteles, recorremos ao arcabouço da argumentação. A evidência das figuras da neorretórica se mostraram como recursos argumentativos, geradores de valor e convicção para um auditório de faccionados.

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Publicado

2025-06-17