O PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DO BRASIL À LUZ DA TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO NO DISCURSO

Autores

  • Max Silva da Rocha Universidade Federal do Piauí (UFPI) Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) http://orcid.org/0000-0002-6333-5532
  • João Benvindo de Moura Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Palavras-chave:

Discurso, Argumentação, Pronunciamento, STF

Resumo

Este trabalho objetiva realizar uma análise retórico-discursiva acerca do pronunciamento do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O contexto desse pronunciamento ocorreu por ocasião dos reiterados ataques que o presidente Jair Bolsonaro dirigiu à Suprema Corte, sobretudo, aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Os conflitos se arrastam desde as eleições de 2018, em virtude das investigações das fake news, em que o ministro Moraes é o relator; e, mais recentemente, à temática do voto impresso, defendido pelo presidente Bolsonaro. Em vista disso, não poucas vezes, Bolsonaro tem atacado de forma violenta os citados ministros, bem como todo o STF, acusando-os de abuso de autoridade e de partidarismos. Após um longo período de ofensivas violentas, o presidente do STF, ministro Luís Fux, em nome de toda a Suprema Corte, resolveu se pronunciar ao povo brasileiro e, de forma incisiva, ao atual presidente do Brasil, afirmando que Jair Bolsonaro tem reiterado ofensas e inverdades sobre o STF, os ministros e as ministras. Como resultados, verificamos que a argumentação do ministro Luís Fux visa refutar os ataques bolsonaristas por meio de estratégias linguageiras específicas, pertences à construção da imagem de si, ao encadeamento racional de argumentos e às paixões suscitadas no discurso.

Biografias Autor

Max Silva da Rocha, Universidade Federal do Piauí (UFPI) Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL)

Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGEL) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) no Brasil. Docente colaborador do curso de Letras/Português da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), em Palmeira dos Índios, Brasil.

João Benvindo de Moura, Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Doutor em Linguística, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor da graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGEL) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).  Realizou estágio pós-doutoral na UFMG.

 

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Publicado

2022-10-07